Com Temer, o que cresce é emprego informal
Publicado: 03 Outubro, 2017 - 00h00
Mais uma vez, o emprego sem carteira assinada, que deixa o trabalhador totalmente desprotegido, puxa a taxa de desemprego um pouco para baixo.
O número de desempregados no Brasil no trimestre encerrado em agosto caiu 4,8%, mas ainda atinge 13,1 milhões de pessoas, segundo o IBGE. Comparado ao mesmo período de 2016, o país tem no momento 1,1 milhão de pessoas a mais sem emprego – um aumento de 9,1%.
Deixe os números e percentuais de lado e pense nas pessoas.
Estamos falando de chefes de família, homens e mulheres sem renda, sem dinheiro para o aluguel, sequer para as despesas básicas do dia a dia que, desesperados, humilhados.
Está criado o cenário ideal para empresários inescrupulosos explorarem uma mão de obra que se torna barata pela total falta de opção e desespero.
É aí que entra o aumento da oferta de emprego informal, sem carteira assinada, sem direito a férias, 13º, aviso prévio, FGTS, enfim, sem direito a nada a não ser o de receber os dias trabalhados, em geral valores menores do que os salários dos trabalhadores que têm contratos formais.
E o golpista, sem votos e corrupto Temer ainda tem coragem de comemorar a geração de emprego indecente. Foi o que ele fez na sua última viagem aos EUA, quando comemorou a criação de emprego sem carteira assinada.
É claro que todos nós comemoramos a queda do desemprego no país, que, segundo o IBGE, estava em agosto em 12,6%, em média – no trimestre anterior estava em 13,3% e atingia mais de 13,5 milhões de trabalhadores.
O que não podemos comemorar é exploração do trabalhador, como o ilegítimo fez no mês passado e deve fazer outra vez. É balela essa história de que quase 70% dos empregos gerados agora são na informalidade porque é isso que acontece em todas as crises.
Quando os fundamentos da economia são consistentes, isso quer dizer, quando a indústria cresce e o comércio e serviço refletem esse crescimento, quando há investimentos públicos consistentes e valorização do emprego formal e de qualidade, como ocorreu no governo Lula, há geração de emprego decente.
O que acontece com a economia brasileira hoje é que, tecnicamente não estamos mais em recessão, porém, não há crescimento da economia, há inércia. Batemos o fundo do poço e estamos sendo jogados para cima, para o subemprego.