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Há quase um ano vivemos situações novas, com perdas, indefinições, ansiedade e sobressaltos. Ensino remoto, muitas atividades de pesquisa suspensas, intensos cuidados para evitar contaminação são algumas mudanças sobre as quais não temos controle e nem expectativa de retorno à normalidade. Nesse contexto, a vacinação de todos e todas é a única perspectiva que temos de retomar algo próximo à vida normal. Diante da inépcia do governo federal ou, como indica a pesquisa da USP, sua intencionalidade em atrapalhar aqueles que estão tentando reduzir ou minimizar os malefícios que essa pandemia está causando à coletividade e aos indivíduos, particularmente[1], o que deveria ser um grande programa de imunização para a população brasileira é, até agora, uma coleção de iniciativas descoordenadas, refletindo a omissão, o negacionismo e o obscurantismo, que marcam o governo Bolsonaro, além da incapacidade de construir relações diplomáticas que possibilitassem a chegada dos insumos para a produção, mesmo que tardia, de vacinas no país. Neste Dia Nacional de Luta pela Vacina (1), iniciativa do Fórum das Entidades Nacionais do Serviço Público, a Aduferpe reafirma a urgência de exigir dos poderes constituídos a oferta de vacina para todas e todos, priorizando trabalhadoras(es) da linha de frente, na assistência e cuidado com pacientes com Covid 19 (médicas/os, enfermeiras/os, auxiliares de serviço geral, segurança e demais trabalhadoras/es), assim como idosas(os), mais suscetíveis ao agravamento das consequências da Covid, e trabalhadoras(es) que têm a necessidade de sair de suas casas para ganhar seu sustento, utilizando transporte público lotado, tornando-se mais vulneráveis à contaminação. Rechaçamos todas as formas de privilégios no acesso às vacinas e pautamos nossas reivindicações pelos direitos de todas e todos. A vacinação é um processo de saúde pública, a ser realizada na perspectiva da coletividade e para isso é preciso que nos unamos na defesa do Sistema Único de Saúde – SUS e do Serviço Público, em defesa da vida. Lutar para garantir a vacinação de todas e todos, é saber que todas as vidas são igualmente importantes e todas as perdas são nossas perdas. Assim, nos somamos à agenda de luta das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, sindicatos e movimentos populares para defender o SUS, exigir vacina já e pelo Fora Bolsonaro, condições sine qua no para defesa da vida. *Isabelle Meunier - secretária Geral da Aduferpe e professora da UFRPE