Contra a Reforma da Previdência Social e em defesa da não extinção do Ministério do Trabalho, ambas as medidas anunciadas pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e mais oito centrais sindicais convocam para o 22 de novembro - Dia Nacional de Mobilização.
O Sindicato dos Bancários de Pernambuco irá aderir à agenda nacional, com panfletagens, reuniões nos locais de trabalho e diálogo com a população para esclarecer os riscos de uma nova proposta de Reforma da Previdência no modelo de capitalização previdenciário.
“Vamos dialogar com toda a população e mostrar que o que está em risco é o direito de se aposentar. Essa proposta de Bolsonaro significa a entrega de nossa aposentadoria aos bancos, ao rentismo do capital financeiro”, avalia a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues.
O modelo proposto por Bolsonaro é o mesmo implementado há 35 anos no Chile, no qual cada trabalhador faz a própria poupança, que é depositada em uma conta individual, em vez de ir para um fundo coletivo. A experiência não foi positiva e gerou uma situação insustentável no país em razão do baixo valor da aposentadoria.
No Brasil, a proposta de reforma da Previdência do ilegítimo Michel Temer (MDB) foi barrada pelo movimento sindical, que parou o Brasil com uma greve geral. Agora, os trabalhadores irão retomar uma agenda de mobilizações permanentes pelo direito à aposentadoria decente.
No dia 26, os trabalhadores também farão atos em frente ao Ministério do Trabalho e em todas as Superintendências Regionais do Trabalho espalhadas pelo Brasil, com o objetivo de impedir o fim da pasta. A função do órgão, criado há 88 anos, tem valor histórico na regulação das relações entre capital e trabalho, dando protagonismo ao diálogo para dirimir conflitos.
Esses primeiros atos foram anunciados durante o lançamento de um documento elaborado pelas centrais sindicais, com princípios gerais que garantem a universalidade e o futuro da Previdência e da Seguridade Social.
A peça destaca direitos a serem assegurados, políticas públicas a serem aprimoradas, formas de financiamento alternativas que podem melhorar a gestão, como a revisão de todas as desonerações e isenções e a recriação do Ministério da Previdência Social, além de medidas de avaliação e monitoramento permanente do sistema previdenciário brasileiro.