Escrito por: Osnaldo Moraes/Sinjope
Para renovar as Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs), as empresas não oferecem nenhum avanço para a Pauta de Reivindicações da categoria Jornalistas, com 34 itens, entregue no dia 27/08.
Tratar domingos como “dias normais” e rebaixar à metade o valor das horas extras são algumas das propostas infames colocadas pela bancada patronal na primeira reunião de negociação direta, nesta terça-feira. Mas não é só isso! Para renovar as Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs), as empresas não oferecem nenhum avanço para a Pauta de Reivindicações da categoria Jornalistas, com 34 itens, entregue no dia 27/08.
Diante da reivindicação de reposição de 3,64% da inflação (INPC), mais 2% de ganho real e 2% de produtividade, que resultam num reajuste de 7,83% para os salários, os sindicatos patronais (Sertepe e Sejope) colocaram na mesa insignificantes 2% de reajuste. Querem ainda ampliar o prazo para compensação de jornada, que hoje é de dois meses, para um ano; reduzir o valor adicional de horas extras de 100 para 50%; e diminuir a estabilidade pré-aposentadoria de trinta meses para apenas doze meses.
Como se não bastasse, a bancada mesma patronal que não acatou nenhuma proposta de melhoria da Pauta de Reivindicações apresentada pelo Sinjope, quer impor intervalo para refeição de “no mínimo trinta minutos”, sem registro, a pretexto de atender desejo de profissionais. Admitem, entretanto, a possibilidade de que o intervalo seja de até duas horas, de acordo com o que for melhor para as empresas.
Diante dos ataques aos direitos trabalhistas da categoria, o Sinjope e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) solicitaram imediatamente acesso às redações para divulgar a pauta negativa das empresas. Mas a representante da Globo na mesa de negociações, Mônica Ruggio, se opôs à passagem do Sinjope e da Fenaj na redação da empresa. A tentativa de cerceamento ao acesso às informações à categoria dentro da Globo foi categoricamente questionada pela comissão de negociação dos trabalhadores, inclusive por se tratar de uma obrigação sindical e direito consagrado historicamente nas CCTs. Após reunião a bancada patronal removeu a oposição e a visita está confirmada para a quinta-feira.