Escrito por: Comunicação CUT PE

Excluídos (as) clamam por Justiça, Direitos e Liberdade"

No Recife, o protesto começou por volta das 09h, na Praça da Democracia, Derby, próximo do Centro da Cidade, com panfletagem, mística, feiras em um espaço de economia solidária, e apresentações musicais.

Sintepe

No último sábado, dia 07 de setembro, a CUT Pernambuco, em conjunto com o Movimentos dos Trabalhadores Cristãos (MTC) e outros movimentos populares e entidades da sociedade civil organizada realizaram, no Recife, da 25ª edição do Grito dos Excluídos (as), com o tema “A vida em Primeiro Lugar" e o lema: "Esse Sistema não Vale, Lutamos por Justiça, Direitos e Liberdade". O ato público trouxe uma crítica ao atual sistema político e econômico e fez referência aos crimes ambientais da empresa mineradora Vale, nas cidades de Brumadinho e Mariana (MG). No Recife, o protesto começou por volta das 09h, na Praça da Democracia, Derby, próximo do Centro da Cidade, com panfletagem, mística, feiras em um espaço de economia solidária, e apresentações musicais.

Às 10h50, o ato saiu em caminhada pela avenida Agamenon Magalhães, em direção ao parque Amorim. Em seguida, por volta das 12h30, retornou à Praça do Derby para dar continuidade às atividades que duram o dia inteiro. Em sua 25ª edição, o grito protestou contra a Reforma da Previdência, que atinge diretamente os mais pobres, e em defesa da educação, aderindo ao chamado do movimento estudantil ao se somar à luta por uma educação pública e de qualidade. O movimento incluiu manifestantes contra a Reforma Trabalhista e os cortes feitos pelo governo federal na área da educação. Estudantes fizeram lápis gigantes como armas para protestar. Os incêndios na região amazônica também foram lembrados durante o ato.

Os integrantes também se posicionaram pela liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, levando faixas e cartazes. Dois bonecos gigantes do ex-presidente e do arcebispo de Olinda e Recife, Dom Hélder Câmara também marcaram presença. Em uma das performances que aconteceu na concentração, pessoas vestidas de preto e vendadas com a bandeira do Brasil caminharam em frente a um palco montado na praça. Crianças também participaram recitando poemas. Em outra apresentação, em defesa da Amazônia, um homem com um cocar foi amarrado a uma cruz.

Em seguida, uma mulher vestida de índia entrou em encenou a música “Cálice” de 1978 (Chico Buarque e Gilberto Gil” - Pai, afasta de mim esse cálice. De vinho tinto de sangue - que se tornou num dos mais famosos hinos de resistência ao regime militar. uma canção de protesto que ilustra, através de metáforas e duplos sentidos, a repressão e a violência do governo autoritário. Apresentação carregada de emoção, vibração  e marcante para a plateia.

O arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburrado, disse que o encontro teve início na igreja. “Foi a partir de uma campanha da fraternidade que começou o Grito, que continua ainda tendo o apoio da CNBB. Por isso estamos aqui para nos juntarmos aos movimentos sociais para demonstrar nossa inquietação com relação à situação de exclusão que continua vivendo o nosso país”, enfatizou.

Paulo Rocha, presidente da CUT, criticou os ataques que estão sendo realizados contra a população brasileira e, em especial, os trabalhadores. “Não há dúvidas que o momento é oportuno para que os movimentos sociais e sindicais demonstrem repúdio e indignação com a atual conjuntura política, diante de tantas reformas que precária as relações de trabalho, o desmonte das políticas sociais, com o corte de recursos na Educação, Moradia, Saúde e em todas as demais áreas sociais. Além dos processos em curso do sucateamento do Sistema Petrobrás, dos bancos públicos, dos Correios, Eletrobrás, e de outras estatais que estão na ordem do dia, principalmente após o anúncio da lista de 17 empresas que o governo Bolsonaro pretende privatizar este ano”, destacou.

Realizada desde 1995, a manifestação, que surgiu dentro da Igreja Católica, conta também com a adesão de movimentos populares e estudantes que se juntam ao Grito dos Excluídos (as) para barrar o avanço da “reforma” da Previdência que tramita no Senado.