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Festival Lula Livre será em 2 de junho, para somar forças ao 1º de Maio dos trab

Anteriormente marcado para 5 de maio, mudança, segundo organizadores, tem objetivo de fortalecer a luta unificada contra a reforma da Previdência do governo Bolsonaro

Publicado: 24 Abril, 2019 - 12h42 | Última modificação: 24 Abril, 2019 - 12h53

Escrito por: Cláudia Motta, da RBA

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O Festival Lula Livre, previsto para o dia 5 de maio, será realizado em 2 de junho. A mudança ocorreu em virtude da proximidade com o ato do 1º de Maio das Centrais Sindicais. “Os organizadores do Festival entendem que a conjuntura atual exige que todos os esforços sejam para que o 1º de maio seja um momento forte da luta dos trabalhadores”, informam em nota.

A organização também explica que os artistas confirmados estão remanejando suas agendas. “Novas atrações já entraram em contato com a organização do evento para participar do show que tem caráter humanitário em defesa da liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.”

Pela primeira vez as centrais sindicais brasileiras farão um 1º de Maio unificado em torno da luta contra a reforma da Previdência de Bolsonaro e a retirada de direitos que já é marca deste governo. No final da noite de terça-feira (23), a PEC 6/2019, que aumenta a idade para a aposentadoria, reduz benefícios e altera as regras de seguridade social no Brasil, passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)da Câmara dos Deputados e segue agora para debate em Comissão Especial. 

Som pela liberdade de Lula

O Festival Lula Livre é uma iniciativa de diversos artistas, juristas e do Instituto Lula, a exemplo do que ocorreu no Rio de Janeiro, em julho do ano passado. O protesto une arte e música defesa da liberdade de Lula, justiça e pela democracia e será realizado no centro da cidade de São Paulo, no Vale do Anhangabaú.

A direção musical estará a cargo de Michele Abu e de Daniel Ganja, e a direção artística de Luís Fernando Lobo.

Nas redes sociais e no site do Instituto Lula a convocação lembra que a prisão política de Lula – que na terça-feira (23) teve sua pena reduzida – simboliza a onda de retrocessos no país.

“Viramos o país onde o trabalho não tem mais regulação, o salário mínimo virou lenda e a única liberdade que existe é o aumento da nossa exploração. Um país que desrespeita os vizinhos latinos e lambe as botas dos Estados Unidos; onde o presidente celebra a ditadura militar e incentiva a perseguição de professores enquanto escolas e universidades não recebem investimento digno; onde um pai de família é assassinado com 80 tiros pelo exército e as autoridades nada dizem; onde ninguém sabe até hoje quem mandou matar Marielle Franco! Vamos juntas e juntos chamar a atenção do Brasil e do mundo para a situação política em que se vive atualmente no país e para a ilegalidade da prisão do ex-presidente.”

Manifesto

Lançado em 16 de abril, o manifesto O Som pela Liberdade reúne mais de 7 mil assinaturas. Nomes tão diversos como Chico Buarque, Gilberto Gil, Yamandu Costa, Martinho da Vila, Arnaldo Antunes, Leci Brandão, Noca da Portela, o maestro John Neschiling, o escritor moçambicano Mia Couto, o brasileiro Raduan Nassar, os jornalistas Fernando Morais e Eric Nepomuceno são acompanhados pelo sociólogo português Boaventura de Sousa Santos e os religiosos Leonardo Boff e Frei Betto.

Atores como José de Abreu, José Celso Martinez Corrêa, Marieta Severo, Camila Pitanga, Herson Capri, Celso Frateschi, Bemvindo Sequeira, Osmar Prado, Guta Stresser, Tuca Moraes, Bete Mendes, Antônio Pitanga, dividem espaço na lista com cineastas como Anna Muylaert, Tata Amaral, Silvio Tendler, Viviane Ferreira, Eliane Café, Marina Person, políticos como Fernando Haddad, Dilma Rousseff, Guilherme Boulos, Manuela D'Ávila, Juca Ferreira.

"Ninguém vai me acorrentar
Enquanto eu puder cantar
Enquanto eu puder sorrir

Você já se imaginou, por um mísero minuto sequer, viver privado injustamente da sua liberdade?"

Abrindo com letra da música Cordão, de Chico (de 1971), o manifesto provoca as pessoas a pensarem na injustiça cometida contra o ex-presidente.

“O que a prisão de Lula tem a ver com você? Olhe em volta. Sabe esse nó na garganta que você sente com o bombardeio diário de problemas, esse sentimento de andar em marcha à ré enquanto crescem ao seu redor os sem emprego, os sem teto, os sem comida? A angústia de imaginar que, em breve, querem juntar ao bonde dos sem direitos, os sem aposentadoria, os sem universidade, os sem voz? Não se engane. Lula é vítima de um processo forjado, de um arranjo ilegal de interesses”, afirma o texto, citando retrocessos vivenciados pelos brasileiros no último ano.

“Lutar pela liberdade de Lula é enfrentar o caos. É desatar o nó na garganta que está nos sufocando. É encarar os irresponsáveis que puseram o Brasil à deriva, exigir justiça e democracia, dignidade e direitos