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Janaina Paschoal admite que impeachment de Dilma por pedalada fiscal foi farsa

Em sua conta no Twitter, advogada e deputada estadual admite que ex-presidenta não cometeu crime de responsabilidade. Repercussão foi imediata

Publicado: 16 Setembro, 2019 - 10h45

Escrito por: Fabio M Michel, Da RBA

Reproduçao
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Três anos depois do golpe que derrubou Dilma Rousseff, levou Michel Temer ao poder e culminou com a eleição de Jair Bolsonaro presidente do Brasil, a agora deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP), uma das autoras do pedido de impeachment de Dilma, confessou que as “pedaladas fiscais”, usadas como base para justificar o afastamento da presidenta, foram uma farsa. “Alguém acha que Dilma caiu por um problema contábil?”, escreveu a advogada em sua conta no Twitter na manhã deste sábado (12).

O tuíte em que o golpe foi admitido compunha uma confusa sequência em que ela falava sobre combate à corrupção no governo Bolsonaro. “As fraudes contábeis foram praticadas para encobrir o rombo gerado pelos desvios! Em outras palavras: a bonança na economia, com os peculatos contínuados (sic), fica prejudicada!”, seguiu a deputada.

O post foi imediatamente respondido por centenas de leitores, entre eles o jornalista Fábio Pannunzio, que recentemente desligou-se da rede Bandeirantes e, em entrevista ao portal Brasil247, se disse arrependido de ter participado da armação midiática para derrubar a presidenta democraticamente eleita. “Janaína dizer isto é o mesmo que Busch admitir que mentiu s/ armas químicas para justificar a guerra ao Iraque. Ela é a patronesse do impeachment. Assim, somos obrigados a reconhecer que Dilma foi, sim, vítima de uma armação para derrubá-la. De um golpe clássico. A farsa acabou.”

A afirmação de que “as fraudes contábeis foram praticadas para encobrir o rombo gerado pelos desvios” também foi questionada por internautas. “A Sra. tem como comprovar isso para a Justiça? Então houve ‘rombo’ de verba federal? Por que então a PF, o MPF e o TCU não estão investigando. Qual o processo contra ela?. Ou será que houve remanejamento porque Cunha só votou o orçamento em maio de 2015, deixando Dilma sem dinheiro por 9 meses?”, questionou o blogueiro e ativista digital Stanley Burburinho.

Janaína Paschoal foi uma das autoras do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, junto com os juristas Miguel Reale Júnior e Hélio Bicudo. A peça foi encomendada pelo PSDB, pela qual pagou à advogada R$ 45 mil. Seu desempenho no processo que levou à queda de Dilma levou-a a ser eleita deputada, nas eleições de 2018, com cerca de 2 milhões de votos – em processo eleitoral questionado pelo uso ilegal de disparos em massa de peças de campanha por WhatsApp.