Escrito por: Sindgraf-PE
Em assembleia histórica, após resistirem à ameaça patronal do fim de seus direitos em poucos dias, gráficos dos jornais, em especial do JC, aprovam nova convenção com todos os direitos e recomposição salarial.
No dia de ontem (terça-feira, 23), em assembleia marcada pela unidade e por uma consciência de classe trabalhadora, os gráficos dos três maiores jornais pernambucanos, chegaram ao final da campanha salarial 2018. Foi um período difícil diante da exigência patronal de retirada de vários direitos, onde ainda estabeleceu um prazo de 30 dias para excluir todos os direitos se a categoria não aceitasse a imposição de trabalhar nos domingos e feriados sem receber mais nada pelo esforço de ficar distante da família. Porém, diferente do que os donos dos jornais esperavam, existiu grande unidade e reação dos profissionais, em especial dos gráficos do JC, de todas os setores internos, fazendo com que o patronal recuasse do pleito.
Em peso na assembleia, os gráficos do JC junto aos da Folha e do Diário tomaram conhecimento que os jornais retiraram a proposta de retirada do banco de horas. Reafirmaram o justo pagamento da hora-extra. Também não havia mais a pressão patronal para a flexibilização da estabilidade no emprego dos gráficos em vias de pré-aposentadoria, tampouco o ataque à obrigatoriedade da homologação da rescisão contratual no Sindgraf-PE. Na verdade, diante da unidade dos trabalhadores, não havia mais ataque à convenção, tendo sua renovação na íntegra já aprovada na assembleia.
“Juntos, somos sempre mais fortes”, bradou Iraquitan da Silva, presidente do Sindgraf-PE durante a aprovação da manutenção de todos os direitos convencionados e mais a garantia da recuperação das perdas salariais. O aumento será de 3,97% para todos os gráficos desses três jornais já para folha de pagamento atual. A data-base dos gráficos é 1º de outubro.
Contudo, o sindicalista lembrou dos desafios da organização da categoria diante dos negativos efeitos da nova lei trabalhista de Temer, aprovada pelo deputado Bolsonaro no ano passado. “Foi por conta desta legislação que o patronal colocou ‘a faça no nosso pescoço’ para retirar direitos ou perdíamos todos se não aceitássemos dentro do prazo definido por eles. Portanto, a partir do positivo resultado da atual campanha oriunda só por conta da unidade vista, jamais poderemos vacilar nas próximas, senão os nossos direitos coletivos serão atacados e podemos perder”, diz Iraquitan.
“Se mantivermos sempre a nossa unidade em defesa de nossos direitos, como verificado este ano pelos gráficos do JC, e, em anos passados pelos gráficos da Folha e do Diário, jamais permitiremos que o patronal coloque em nossa convenção o banco de horas – uma lógica atrasada da década de 1990 para escravização do empregado”, fala Iraquitan. Neste contexto, a partir do poder de mobilização da categoria, sobretudo da unidade dos gráficos do JC, o patronal recuou do seu banco de horas e outros males, bem como garantiu a recuperação salarial, quando só queria dar metade.
Este ano, sem dúvidas, os gráficos do JC mostraram grande força, sendo capazes de atuar sob a liderança do Sindgraf para a garantia dos direitos históricos da classe dos jornais, incluindo os gráficos da Folha e do Diário – estes que em um passado recente foram os responsáveis por igual feito. “Um dia quando todos os trabalhadores atuarem juntos numa campanha salarial, com a mesma unidade e mobilização para defendermos a nossa pauta, não manteremos só a convenção, mas avançaremos em direitos para termos melhores condições de vida e trabalho”, profetiza Iraquitan.