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Lutar e resistir juntos contra o trabalho escravo!

As verbas destinadas à fiscalização do trabalho no orçamento federal do Brasil despencaram brutalmente

Publicado: 03 Março, 2021 - 09h33 | Última modificação: 03 Março, 2021 - 09h51

Escrito por: Assessoria de Comunicação da CUT-PE

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Pouco menos de 200 anos do que teoricamente seria o fim da escravidão do Brasil, não é incomum darmos de cara com notícias sobre resgates de pessoas que viviam em condições análogas à escravidão.
 
O Brasil reconheceu em 1995, perante a Comissão Pastoral da Terra (CPT),a existência de práticas contemporâneas de trabalho escravo. Segundo a CPT, em 2020, 112 casos de trabalho escravo foram identificados em todo o Brasil, envolvendo 1.390 pessoas e resultando no no resgate de 1.040 delas. Destas, 942 foram encontradas por auditores ficais do trabalho e 98 sem a participação deles. Em 2019, o número foi maior, mas, há uma diferença enorme porque em 2020 o Brasil estava em um contexto de pandemia, o que impossibilitou o as visitas a campo, especialmente nas áreas que exigem deslocamento aéreo.
 
As verbas destinadas à fiscalização do trabalho no orçamento federal do Brasil despencaram brutalmente. E não temos outra alternativa, detectar a existência da prática do trabalho escravo depende ou de denúncia por parte de vítimas ou da realização trabalho de inteligência, feito por pessoas especializadas.
 
Ainda segundo a CPT, o desemprego, a informalidade e o desmonte de direitos visivelmente percebidas pelas ações do Governo Federal, devem acentuar ainda mais esse contexto, sobretudo porque além de não investir em combater, fazem de tudo para invisibilizar ainda mais a exploração dos trabalhadores e trabalhadoras.
 
O cenário deve piorar ainda mais, porque o número de pessoas desempregadas só cresce e, infelizmente, essas pessoas tendem aceitar condições absurdas de trabalho visando apenas sua sobrevivência. E dificilmente a fiscalização, que é uma das medidas eficazes para barrar os casos, será fortalecida pelo governo de Bolsonaro (sem partido).
 
Mais do que nunca, a sociedade civil organizada tem um papel fundamental no enfrentamento do trabalho e da violação dos direitos. É preciso resistir juntos.