Escrito por: CUT Pernambuco
Pela não criminalização das lutas sociais, a CUT PERNAMBUCO reitera seu apoio e solidariedade ao Cacique Marcos Luidson (Marquinho), do Povo Xukuru e somos aliados daqueles que defendem sua IMEDIATA POSSE.
LUTA SOCIAL NÃO É CRIME
A Central Única de Pernambuco – CUT PE – vem de público lamentar a iminência da não diplomação e posse do Cacique Marcos Luidson, carinhosamente conhecido pelos Povos Indígenas no Brasil, como Marquinhos Xukuru, na disputa eleitoral para o cargo de Prefeito do Município de Pesqueira em 2020, em virtude de ação jurídica que o tornou réu e o condenou, fruto da lutas pela demarcação da terra.
A luta do povo Xucuru e das demais etnias indígenas, por todo Brasil, para garantir seu direito à posse da terra remonta há muito tempo e, para além de questões jurídicas, tem o confronto contra a grilagem que utiliza de meios que vão desde as ameaças, queimadas e derrubadas de casas, até as vias de fato. Muitos índios que sofreram atentados, agressões e mortes, até hoje não explicadas, ficaram pelo caminho.
A condenação do Cacique Marquinhos, que encontra respaldo no código civil, é uma condenação da luta pela posse da terra, por moradia, meio ambiente, comida, justiça social, enfim, pelo direito à vida. Criminalizar esta luta vai na contramão do que preconiza a nossa Constituição Federal e, sobretudo, a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
O Brasil recentemente viu interesses escusos, sorrateiramente, apearem da Presidência da República uma presidenta democraticamente eleita e a prisão de um candidato, impedindo assim sua participação no pleito presidencial de 2018, utilizando em ambos os casos “argumentos jurídicos” manobrados por um “juiz”, que serviu a esses mesmos interesses ferindo de morte a democracia, uma vez que afetou o resultado eleitoral, impedindo a vontade soberana do povo.
Mesmo tendo sido eleito por um partido que é da base aliada do Governo Bolsonaro e que votou no Congresso Nacional pelo fim da Previdência, dos Direitos Trabalhistas, pela entrega de nossas estatais. Tem ajudado a desmontar a pauta dos Direitos Humanos conquistada na Constituição de 1988 e consolidada no período de 2006 a 2018. A CUT- PE entende que deva proceder o legítimo e soberano direito do povo de Pesqueira que escolheu o cacique Marquinho para governar a cidade, e uma revisão imediata desse processo que criminaliza a luta social e desrespeita a soberania popular.
*Que o assassinato do cacique Chicão e outras lideranças indígenas não tenham sido em vão;
* Que o atentado ao Cacique Marquinho não seja em vão;
* Pela demarcação, direito legítimo, das terras indígenas;
Pela não criminalização das lutas sociais, a CUT PERNAMBUCO reitera seu apoio e solidariedade ao Cacique Marcos Luidson (Marquinho), do Povo Xukuru e somos aliados daqueles que defendem sua IMEDIATA POSSE como Prefeito de Pesqueira.
Recife, 18 de dezembro de 2020.