Escrito por: Redação Brasil de Fato

MST inicia Acampamento da Resistência em Caruaru

Atividade aconteceu nesse fim de semana com mais de 2 mil pessoas de todo o estado

PH Reinaux

Em resposta à ordem de despejo dada pela Justiça Federal Centro de Formação Paulo Freire, localizado no Assentamento Normandia, em Caruaru, neste final de semana o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) iniciou o Acampamento da Resistência em defesa do centro. O pedido de reintegração de posse foi feito pelo Instituto Nacional da Reforma Agrária (Incra) em 2008, mas só foi julgado em 2017, quando o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) deu ganho de causa ao instituto. No último dia 5, o cumprimento urgente do despejo foi determinado pelo juiz da 24ª Vara Federal.

 

O objetivo do acampamento foi mostrar resistência e reafirmar a importância do Centro de Formação Paulo Freire, que deve receber cerca de 2 mil pessoas no município do Agreste pernambucano. Famílias acampadas e assentadas de todo estado firmarão uma vigília contra o despejo, que será permanente, já que o prazo dado pela Justiça para saída espontânea do MST está marcado para o próximo dia 19. São esperados, também, militantes de movimentos sociais e de organizações do campo e da cidade.

O acampamento começou a ser firmado na manhã do sábado e um ato político está previsto para as 17h do mesmo dia. Uma programação política, cultural e religiosa foi organizada para todo o final de semana, que conta com caminhadas, místicas, shows e vigílias em defesa do centro. Na última segunda-feira, o dirigente nacional do MST, Jaime Amorim, anunciou o Acampamento da Resistência durante coletiva de imprensa. “Nós vamos organizar os assentados que estejam dispostos e faremos de Normandia um processo de luta importante”, afirmou.

Essa semana, o MST recorreu judicialmente sobre a decisão da Justiça Federal. Desde que tomou conhecimento do cumprimento da ordem de despejo, o movimento tem se mostrado disponível para o diálogo, mas afirma que não aceitará retrocessos nos trabalhos desenvolvidos pelo Centro de Formação Paulo Freire, que tem se consolidado como referência na expansão da agroecologia em Pernambuco.