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Recife: milhares de pessoas participam do 28º Grito Nacional dos Excluídos (as)

O grito foi organizado por pastorais sociais, movimentos populares do campo e urbanos, organizações sociais, sindicatos

Publicado: 08 Setembro, 2022 - 12h19 | Última modificação: 08 Setembro, 2022 - 12h29

Escrito por: Brasil de Fato com informações adicionais da CU-PE

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Neste bicentenário da independência marcado por atos do 28º Grito dos Excluídos, as ruas do centro do Recife foram ocupadas por milhares de pessoas sob o lema “200 anos de independência. Para quem?” no ato organizado por pastorais sociais, movimentos populares do campo e urbanos, organizações sociais, sindicatos, entre diversos outros grupos. 

 Com a tônica da denúncia dos retrocessos que afetam o povo brasileiro, Marcus Silvestre, um dos organizadores do grito, relembra que a mobilização faz parte do calendário de lutas do Recife “Nós viemos, há 28 anos, denunciar as desigualdades históricas, porque o tempo vai passando e essas desigualdades muitas vezes vão aumentando, como aconteceu agora com a pandemia, onde os mais ricos continuaram com sua exploração e ‘passando a boiada’”, afirma. 

A mística de abertura do Grito dos Excluídos homenageou o padre Reginaldo Veloso, relembrando sua atuação no bairro de Casa Amarela, na construção do Grito e nas Comunidades Eclesiais de Base. Além de religioso, Reginaldo militou contra a ditadura junto com Dom Hélder Câmara, e construiu diversas outras lutas através das pastorais sociais e recebeu recentemente o título de cidadão pernambucano in memoriam

A poucos dias das eleições, o ato também foi marcado pela presença de diversas candidaturas de esquerda que estão na disputa pelos cargos ao legislativo estadual e federal. Apesar dessa diversidade de candidaturas proporcionais, o coro de "olê, olê, olê olá Lula, Lula" foi uníssono durante todo o trajeto. Também estiveram presentes no ato os candidatos ao governo de Pernambuco João Arnaldo (PSOL), Jones Manoel (PCB) e Marília Arraes (SD).

O presidente da CUT-PE, Paulo Rocha, enfatizou que o Brasil passa fome, necessidades e perdeu mais de 670 mil pessoas vítimas da Covid-19. “ Esse 28º Grito dos Excluídos (as) é para denunciar as mazelas desse País. Denunciar a violência contra as mulheres e a juventude; a falta de emprego, o trabalho informal, a precarização do emprego, a falta de moradia e, sobretudo, a fome. Mais é muito maios que isso. É também anunciar o que a gente quer construir: um pais justo, com plena distribuição de renda, com as pessoas indo às ruas para passear, brincar ou irem ao trabalho.

Luiz Lourenzon, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria do Petróleo de Pernambuco e da Paraíba (Sindipetro/ CUT-PE), reafirma a necessidade de unidade das forças populares: “É uma data, além de simbólica, para mostrar as bandeiras de luta que nós temos e trazemos pra rua como forma de expressão, de mostrar nosso descontentamento e a unidade da classe trabalhadora. Estamos na luta, esperamos que dias melhores virão e que derrotaremos esse governo que tem feito retrocessos em toda a sociedade”.

A participação da juventude de diversas organizações foi um dos destaques do grito. Isa Sena, do Levante Popular da Juventude, ressalta o papel das lutas populares para a independência. “Estamos aqui pra mostrar quem é esse povo e o que é essa independência com as mulheres, é o povo preto, é o povo LGBT, é a juventude… Esse Brasil é nosso e a gente vai tomar ele pelas mãos nesse ano tão importante de eleições. A gente está sempre no Sete de Setembro nas ruas pra reafirmar que esse país é nosso e a independência é a gente quem faz” afirma.

Diversos grupos percussivos formado pelas organizações que organizam o ato também agitaram as ruas com palavras de ordem diversas e o encerramento do Grito aconteceu na praça da Independência, mais conhecida como Praça do Diário, onde três grandes rodas de ciranda foram criadas.

Fonte: BdF Pernambuco com informações complementares da CUT-PE