Escrito por: Assessoria de Comunicação da CUT-PE

Saúde: idosos enfrentam muitos desafios nessa pandemia e nos próximos anos

Os idosos apresentam alterações de imunidade constante e maior risco de infecção, sendo assim, a chance de ter um melhor envelhecimento está ligada a hábitos saudáveis, tais como boa alimentação, higienização,

Agência Brasil

A população brasileira está em trajetória de envelhecimento e até 2060 o percentual de pessoas com mais de 65 anos passará dos atuais 9,2% para 25,5%, ou seja, um em cada quatro brasileiros será idoso. Você parou para refletir sobre essa situação? Os fatos são evidentes. É o que aponta projeção divulgada pelo IBGE em 2018. Tendo em vista este panorama, fica evidente que à medida que a sociedade envelhece, os problemas associados à saúde dos idosos geram mais desafios e necessitam que os modelos tradicionais de cuidado também acompanhem a evolução e ofereçam ferramentas mais modernas para a manutenção do bem-estar e a chance de desfrutar a velhice com mais qualidade de vida.

Reflita novamente: o processo de envelhecimento se inicia a partir do nascimento e somente finda com a morte. Sofre influências significativas de vários fatores como alimentação, educação, saúde, trabalho, ambiente, relações sociais, tornando-se não uma, mas incontáveis velhices, com percepções e vivências ao mesmo tempo que múltiplas, próprias, alinhadas com a construção social da imagem do idoso na sociedade na qual o sujeito vive. 

 

Os idosos apresentam alterações de imunidade constante e maior risco de infecção, sendo assim, a chance de ter um melhor envelhecimento está ligada a hábitos saudáveis, tais como boa alimentação, higienização, questões e características pessoais. Para evitar doenças crônicas e ter uma boa qualidade de vida é preciso ter uma alimentação adequada, principalmente nessa idade, pois o idoso tem naturalmente a falta de vitamina B (composta por um complexo de várias substâncias que colabora com o mecanismo de respiração celular, fornecendo energia para o metabolismo.

 Segundo o médico de Família e professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco  (Univasf),  Aristóteles Cardona, um dos problemas de saúde que tendem a aparecer com mais frequência à medida que uma população envelhece são as chamadas doenças crônicas não transmissíveis, como a Hipertensão Arterial Sistêmica, a famosa Pressão Alta, e a Diabetes Mellitus. “Dois problemas de saúde importantes porque aumentam o risco de a pessoa enfrentar doenças cardiovasculares, como infarto ou acidentes vasculares cerebrais. Por isso que é tão importante o cuidado com a pressão e com o açúcar no sangue e este cuidado exige acesso contínua a atendimentos com profissionais de saúde e realização de exames de acordo com o protocolo para cada situação”, assinala.

 O médico acrescenta que quando tratamos de desafios para os idosos no campo da saúde, sem sombra de dúvidas são muitos neste momento de pandemia e pelos próximos anos. O primeiro deles, numa perspectiva mais macro do país, está na Emenda Constitucional que congelou o orçamento público por um período de 20 anos. “Para a saúde representa uma grande tragédia, porque se nós já temos um sistema subfinanciando, de agora em diante a tendência é ter um aceleramento nestas dificuldades. Afinal, a população brasileira segue envelhecendo. E quanto mais idosa uma população, mais do sistema de saúde ela demanda. Não sou eu que falo, mas o que dizem as evidências científicas”, frisa

 Além das doenças crônicas (doenças que não s]ao resolvidas num tempo curto, definido usualmente em três meses). Citadas, um outro problema relacionado à saúde dos idosos é o risco de quedas e fraturas. De acordo com Aristóteles Cardona, normalmente a recuperação de idosos que sofrem fraturas de fêmur, por exemplo, requer muito mais cuidados e é mais demorado. Ele enfatiza que além do cuidado com as doenças crônicas, que exigem acesso ao sistema de saúde e alimentação adequado, por exemplo, o cuidado com o risco de acidentes deve estar sempre presente também quando pensamos em qualidade de vida para os idosos.

 

Para garantir o envelhecimento da população de forma saudável e tranquila, com dignidade, sem temor, opressão ou tristeza, precisamos trabalhar intensamente na prevenção da violência e na identificação e no encaminhamento correto de casos de violência e, em especial, temos que preparar as novas gerações com informações, materiais e recursos educacionais, de forma a assegurar um envelhecimento digno e saudável.

 Aos interessados em vencer o sedentarismo, o importante é saber que nunca é tarde para iniciar os exercícios de forma regular. Manter-se ativo na terceira idade diminui o risco de depressão, doenças do coração, osteoporose, diabetes e alguns tipos de câncer. Se exercitar também é uma oportunidade de ampliar os vínculos sociais e fazer amizades.

 

 Manter-se em movimento é algo que traz benefícios duradouros, em todas as etapas da vida. A partir dos 50 anos, porém, a prática física merece ainda mais cuidado e atenção. Ela ajuda a melhorar a saúde cardíaca, o fortalecimento muscular, a flexibilidade e também o equilíbrio, essencial para prevenir quedas e outros riscos.

As projeções apontam, também, que em 40 anos o percentual de pessoas idosas deve triplicar no Brasil, aproximando-se de 29,7% da população. De acordo com o Relatório Mundial sobre o *Idadismo da ONU (2021), uma de cada duas pessoas tem preconceito contra os idosos, e, diante do fenômeno mundial de envelhecimento, cada vez mais pessoas serão atingidas. Termo Descrito em 1969 pelo médico norte-americano, Robert Neil Butler, como termo que caracteriza o preconceito e a consequente discriminação pela idade ou pela aparência de idoso.

No Brasil, metade dos idosos e idosas é chefe de família, 84% têm casa própria e um quarto ainda trabalha fora. Os dados foram divulgados, em 2020, pela segunda edição da Pesquisa Idosos no Brasil, conduzida pelo Sesc São Paulo e pela Fundação Perseu Abramo.

O maior desafio na atenção à pessoa idosa é conseguir contribuir para que, apesar das progressivas limitações que possam ocorrer, elas possam redescobrir possibilidades de viver sua própria vida com a máxima qualidade possível. Essa possibilidade aumenta na medida em que a sociedade considera o contexto familiar e social e consegue reconhecer as potencialidades e o valor das pessoas idosas. Portanto, parte das dificuldades das pessoas idosas está mais relacionada a uma cultura que as desvaloriza e limita.