O processo de municipalização das escolas estaduais ganhou mais um capítulo na manhã desta segunda-feira (12). Cerca de dez diretores de unidades educacionais, geridas pela Gerência Regional de Educação Metropolitana Sul (GRE Metro-Sul), foram barrados de participar de uma reunião que tratou da localização dos grupos gestores das escolas que estão sendo repassadas para os municípios. O encontro estava agendado desde a última semana para às 10h, na sede da GRE Metro-Sul, no bairro da Várzea. A primeira mudança ocorreu no horário da reunião, que foi antecipado para às 9h, causando transtornos para os participantes.
Representantes de cinco escolas chegaram a ser atendidos pela gestora da GRE, Patrícia Câmara. Contudo, o segundo grupo não pode participar da reunião o que causou desconforto. Representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco acompanharam toda a movimentação na sede da GRE Metro-Sul.
“Aguardamos uma reposta por quase duas horas e depois fomos informados que a gestora não poderia nos atender, pois teria de resolver problemas pessoais. Os diretores das escolas se sentiram desrespeitados”, conta a secretária de assuntos educacionais do Sintepe, Rita de Cássia Barreto, que estava presente na sede da gerência. Ainda segundo ela, não há uma data para uma nova reunião com os gestores que não participaram do encontro.
De acordo com diretores que conseguiram ser atendidos, não há informações concretas sobre suas localizações no processo de municipalização. Um diretor, que prefere não se identificar, conta que está preocupado com a falta de informações. “O que nos disseram é que querem localizar todo mundo da melhor maneira possível, mas todos estão angustiados, inclusive eu. Sabemos que a GRE só faz cumprir ordens, ou seja, a briga tem que ser contra a Secretaria de Educação”, esbraveja.
Municipalização – Entre os meses de junho e julho, a Secretaria de Educação do Estado intensificou o processo de municipalização de 27 escolas em oito municípios. A medida prevê que unidades de
ensino, que abriguem turmas entre o 6º e o 9º ano do Ensino Fundamental II, passem a ser administradas pelos municípios. A iniciativa vem desagradando pais, alunos, professores e diretores, pois segundo eles, o projeto está sendo imposto sem diálogo com as comunidades escolares.
A implantação da municipalização gerou diversos protestos na Região Metropolitana do Recife. Atualmente, a educação infantil é de responsabilidade dos municípios e o ensino médio do Estado. Já sobre o ensino fundamental, a legislação aponta a possibilidade de que a gestão das escolas ocorra em regime de cooperação, o que prevê uma participação do Estado.
