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Pandemia parece não acabar. Segunda onda e caminhos tortos

É uma situação completamente inacreditável o que estamos vivendo: um presidente da República que continua dizendo que não temos pandemia e que não estamos numa segunda onda.

Publicado: 17 Dezembro, 2020 - 19h39 | Última modificação: 17 Dezembro, 2020 - 20h06

Escrito por: Assessoria de Comunicação da CUT-PE

Divulgação
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Enquanto outros países já iniciaram a vacinação contra a Covid -19, o Brasil assiste a uma nova aceleração de casos, ultrapassando a marca das 180 mil mortes por causa do vírus. Segundo dados das Secretarias Estaduais, 18 estados apresentaram alta na média de casos e Pernambuco é um deles. O Rio de Janeiro, voltou a registrar crescimento no número de enterros, já são mais de 6 milhões de casos diagnosticados no país. Tudo isso em meio a uma batalha política em torno do imunizante e de uma paralisia do Ministério da Saúde. A falta de coordenação do Governo Federal permitiu que chegássemos ao estágio atual da pandemia. É uma situação completamente inacreditável o que estamos vivendo: um presidente da República que continua dizendo que não temos pandemia e que não estamos numa segunda onda e um Ministro da Saúde que não consegue compreender o a dimensão do problema que ele tem nas mãos.
 
 
Entre os motivos para a nova aceleração, alguns especialistas indicam que são o relaxamento do isolamento social, a pressão dos empresários pelo retorno das atividades e os frágeis protocolos de segurança. Eles avaliam também que o investimento deveria ser em comunicação, conscientização e na melhor utilização dos Agentes de Saúde, que têm uma relação de confiança com a comunidade e poderia ajudar com eficiência no combate à pandemia.  Apontado como a principal saída para a erradicação da pandemia, a vacina tem sido bastante debatida de forma completamente desonesta. Não é uma questão política, é uma necessidade de saúde pública, em que, tomada todas as medidas influencia a vida de todos os brasileiros e brasileiras. 
 
Testagem baixa e vida perdidas
 
Com um baixíssimo nível de testagem, amargurando no último lugar entre os estados Brasileiros, Pernambuco sente a dor de quase 10 mil vidas perdidas para o coronavírus. É importante lembrar que não são números, são pessoas, trabalhadores e trabalhadoras, mães, pais, tios, primos, avós. 
Segundo a PNAD Covid, em Pernambuco, 753 mil pessoas, ou somente 7,9% da população, fez algum teste para detectar Covid-19 do início da pandemia até o mês de outubro. No Brasil, 12,1% das pessoas fizeram teste para detectar o vírus em outubro, contra 10,4% em setembro. No Nordeste, a proporção é ainda maior: 11,3%. O estado que mais testa é o Distrito Federal, seguido por Piauí, Goiás e Roraima. 
 
A PNAD Covid detectou também que, em outubro, em Pernambuco, 99 mil pessoas a mais disseram ter realizado algum tipo de testagem relacionada ao novo coronavírus em comparação ao mês anterior. A quantidade de pessoas testadas tem crescido desde julho, quando a PNAD Covid divulgou dados sobre testagem pela primeira vez, mas não o suficiente para fazer Pernambuco sair da última posição pelo quarto mês seguido.
 
Cenário de preocupação
 
A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) registrou, na última quarta-feira (16), 2.071 casos da Covid-19. Entre os confirmados, 53 (2,5%) são casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 2.018 (97,5%) são leves. Agora, Pernambuco totaliza 201.851 casos confirmados da doença. Um cenário que ninguém aguenta mais. 
 
E o que os governos estadual e federal têm feito? Serão que as medidas estão sendo eficazes? Parece que estamos caminhando ao contrário dos outros países. E o nosso caminho aponta que essa pandemia vai demorar mais do que deveria para passar.