Vitória: Justiça nega redução no piso de jornalistas alagoanos e amplia salários
Depois de nove dias de greve, jornalistas no estado voltarão a trabalhar nesta quinta-feira (4), sem redução salarial e com reajuste de 3%. Trabalhadores não terão descontados os dias parados
No nono dia de greve contra a redução de 40% no piso salarial, os jornalistas e as jornalistas de Alagoas aprovaram, por unanimidade, encerrar a paralisação nesta quarta-feira (3) e voltar aos trabalhos nesta quinta-feira (4).
A decisão foi tomada em assembleia, em frente ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT), onde a categoria permanecia acampada desde as primeiras horas do dia para esperar o resultado do julgamento do dissídio, que incluía a pauta da redução salarial, proposta pelas três maiores empresas de comunicação do estado.
O TRT decidiu negar a proposta das TVs Gazeta (Rede Globo), Pajuçara (Rede Record) e Ponta Verde (SBT) de reduzir o valor do piso salarial dos jornalistas em 40%, e ainda afirmou que ela é inconstitucional e vergonhosa. A Justiça do Trabalho decidiu também pelo aumento do piso da categoria em 3%. Com a decisão unânime dos desembargadores, o piso salarial passa a ser de R$ 3.672,22.
Além disso, os dias de greve não serão descontados e a categoria ainda conquistou uma estabilidade salarial por 90 dias. Caso a empresa mande alguém embora neste período, o jornalista ou a jornalista terá direito a receber três meses de salários.
“Voltamos a trabalhar amanhã com a mesma garra que antes ou até mais animados, vestindo a camisa das empresas que trabalhamos. Os patrões se uniram para cortar nossos salários e os trabalhadores se uniram para dizer não ao corte salarial e vencemos a batalha”, disse Wadson Correia, repórter da TV Ponta Verde, afiliada ao SBT.
Segundo o repórter de Alagoas, “o que doeu nesses nove dias de greve é que eu não pude noticiar esta nossa luta, mas, ao mesmo tempo, ao andar nas ruas de Maceió [capital de Alagoas] durante os protestos contra a redução salarial pude perceber como a população sentiu falta dos noticiários ao vivo, porque vinham nos dizer. Sentimos, bem de perto a solidariedade e o apoio da sociedade que vinha nos abraçar e nos dar apoio moral para resistir nesta luta”.
Wadson destacou que essa vitória não teria acontecido se a categoria não estivesse unida, harmoniosa e com disposição de luta. Além disso, segundo o jornalista, sem o apoio também das famílias, da CUT, Fenaj, do SindJornal e de outros sindicatos a resistência seria impossível.